Meu
cavalheiro ruivo,
larga
tuas armas,
essas
palavras desesperançadas
daqueles
que não amaram,
cujos
brasões não ardem mais,
cujas
tochas já se apagaram,
cujos
cetros caíram,
e só
reproduzem o pensamento de outrem.
Queres
o quê? Que me atire às trombas d’água?
às
correntezas dos rios me lance?
dos
arrecifes me jogue aos corais afiados?
que eu
rasgue meus faldistérios?
que não
consiga nem colher o algodão no lagar
nem
bordar meu enxoval?
Ah, meu
ruivo,
vem à
labuta procurar-me.
achar-me-ás
lá, fiando a lã
para
tecer-te outro par de meias,
d’aquelle
que rasgaste furiosamente.
Espero
que a nossa mesa de cedro-rosa esteja intacta.
lembra-te
que o artesão
levou
três meses para concluí-la.
da tua
jabuticaba em flor.
sorrio. o amor das donzelas nas torres é pelo infinito e, nem sempre, este é alcançável. procura no samba dos dias o florir ruivo do sol. aí pendurarás os olhos e serás menina sem castelos de nuvens
ResponderExcluir