Postagens Recentes

13/05/2012

A beleza do Porto (III)


Ribeira do Porto em foto antiga
http://ignorancia.blogspot.com.br/2011/01/porto-um-paragrafo.html

Arrecifes e Porto do Recife (1875) Marc Ferrez/Acervo IMS
www1.folha.uol.com.br 

Ao meu amado português J. Francisco Saraiva de Sousa



Meu ruivo


Meu cavalheiro ruivo,
larga tuas armas,
essas palavras desesperançadas
daqueles que não amaram, 
cujos brasões não ardem mais,
cujas tochas já se apagaram, 
cujos cetros caíram,
e só reproduzem o pensamento de outrem.

Queres o quê? Que me atire às trombas d’água?
às correntezas dos rios me lance?
dos arrecifes me jogue aos corais afiados?
que eu rasgue meus faldistérios?
que não consiga nem colher o algodão no lagar
nem bordar meu enxoval?

Ah, meu ruivo,
vem à labuta procurar-me.
achar-me-ás lá, fiando a lã
para tecer-te outro par de meias,
d’aquelle que rasgaste furiosamente.
Espero que a nossa mesa de cedro-rosa esteja intacta.
lembra-te que o artesão
levou três meses para concluí-la.


da tua jabuticaba em flor.


Letícia d'Albuquerque Maranhão Valle
Da Capela Nossa Senhora das Candeias
Engenho Cunhaú
Canguaretama
Capitania do Rio Grande,
Do Fidalgo da Casa Real, o Capitão Mor Jerônimo d’Albuquerque Maranhão.
XIII/V/MMXII





Capela de N. S. das Candeias
Engenho Cunhaú
Foto do álbum: Andanças pelo Rio Grande do Norte




Um comentário:

  1. sorrio. o amor das donzelas nas torres é pelo infinito e, nem sempre, este é alcançável. procura no samba dos dias o florir ruivo do sol. aí pendurarás os olhos e serás menina sem castelos de nuvens

    ResponderExcluir