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12/05/2013

[RESENHA] A Culpa é das Estrelas - John Green




 

 A BELEZA DE UM INFINITO 
Decidi-me por comprar este livro após algum tempo, tendo lido a resenha em um blog, não sabendo do que se tratava. Não queria, de início, ler um romance que contivesse uma história como a da Hazel e do Augustus, pois me emocionei muito com o filme Jogo da Vida, baseado em um romance europeu, coincidentemente holandês, do autor Jacques Vriens, sobre uma garota que descobre ter leucemia aos 14 anos. 

  Na livraria, notando o livro pousado em uma mesa, percebi um comentário na capa. Do primeiro autor cuja obra me atrevi a fazer uma resenha, Markus Zusak. Por que não, diante de uma opinião tão persuasiva? 



  E confesso que o John Green me arrebatou também, com a lentidão dos acontecimentos, todo o contexto, a capacidade de rir diante da tragédia. Porque é assim que os protagonistas agem. 

  Hazel Grace é uma adolescente de 16 anos que desde os 13 sofre com um câncer de tireoide em estágio terminal, e por conta de um remédio que diminui os tumores, sua expectativa de vida aumentou. 

  Frequenta um Grupo de Apoio a pessoas com câncer, mas devido à depressão constante, não quer mais ser assídua nas reuniões. Em um dia no qual não queria estar presente, sua mãe a convence, e nesse dia ela conhece Augustus Waters.

  Augustus é amigo de Isaac, que sempre se comunica com Hazel através de suspiros, pois sabe que ficará cego do outro olho para erradicar de vez o câncer ocular. 

  Desde o primeiro momento, Hazel percebe que Augustus a olha com interesse, e durante o encontro dos dois na reunião, ambos são agradáveis e simpatizam um com o outro. Augustus, um garoto "gato" embora com a perna manca, faz Hazel se surpreender ao saber que a acha bonita, mesmo com o cilindro de oxigênio e a aparência abatida pelo tratamento, e a convida para assistir a um filme em sua casa.

  
   "(...) o Augustus colocou a mão no bolso e tirou de lá, por incrível que pareça, um maço de cigarros. (...)
           Isso é sério? Você acha isso legal? Ai, meu Deus, você acabou de estragar a coisa toda.
           Que coisa toda? ele perguntou, virando para mim.
           A coisa toda em que um garoto que não é pouco atraente ou pouco inteligente ou, aparentemente, de forma alguma pouco tolerável me encara e chama a minha atenção para utilizações incorretas da literalidade e me compara a atrizes e me convida para ver um filme  na casa dele. Mas é claro que sempre tem uma hamartia e a sua é que, ai, meu Deus, mesmo você TENDO TIDO UM RAIO DE UM CÂNCER ainda dá dinheiro para uma empresa em troca da chance de ter MAIS CÂNCER. Ai, meu Deus. Deixe eu só dizer a você como é não conseguir respirar? É UM INFERNO. Totalmente decepcionante. Totalmente.
      (...)  Eles não matam se você não acender. E eu nunca acendi nenhum. É uma metáfora. Tipo: você coloca a coisa que mata entre os dentes mas não dá a ela o poder de completar o serviço. (...) Sou um grande adepto da metáfora, Hazel Grace." (GREEN, p. 25)

  Começa uma amizade incrível entre os dois (e Isaac) cheia de situações engraçadas mas dramáticas, e comentários sobre o livro preferido da garota, que diz que o autor a compreende como se o livro fosse escrito para ela, e esse escritor "é o seu terceiro melhor amigo." O livro: Uma Aflição Imperial. 
  Ela não conseguiria falar sobre ele, de tão inacreditável que é, porque, se "fizer propaganda, é como traição." 
  Gus começa a ler o livro, ansioso por revê-la, e ela compra a sequência do livro favorito dele. Conversam através de SMS e ligações, um vai à casa do outro. Hazel diz que falar com ele ao telefone é estar numa dimensão onde só existem ela e ele. 
  Isaac faz a cirurgia do olho, e fica de vez cego. Recebe um fora da namorada um dia antes da cirurgia, e chora até quebrar os troféus de Gus, que era jogador de basquete.

  "Só faz um dia, Isaac. ela disse, o tom de voz meio condescendente. você precisa de um tempo para se recuperar. E um ano e dois meses não é tanto tempo assim, não num contexto maior. Você está só começando a vida, rapaz. Você vai ver. 
   A enfermeira foi embora. (...)
   Eu vou ver? Sério? Ela disse isso de verdade?
   Qualidades de uma Boa Enfermeira: Liste. pedi.
    Primeira: não fazer trocadilho com a deficiência alheia. o Isaac começou." (GREEN, p. 73-74.)
  
  Entre mensagens e mensagens, depois que Gus consegue contato com o autor do UAI através de e-mail, cede seu Desejo a Hazel e os dois viajam a Amsterdã. Descobrem-se apaixonados e namoram durante a viagem. 
  Mas Hazel tem medo de morrer e deixar Gus sozinho. 

  "Não quero nunca fazer uma coisa dessas com você. falei para ele.
   Ah, eu não ia me importar, Hazel Grace. Seria uma honra ter o coração partido por você." (GREEN, p. 161.)

  Sinceramente, o Augustus Waters foi para o topo da minha lista de personagens de ficção atual. O Green criou uma narrativa surpreendente, cheia de amor verdadeiro, risadas e lágrimas. Mais um autor que me conquista com suas personagens vivas e história marcante.
  A Culpa é das Estrelas é um livro para se ler chorando e rindo simultaneamente. Estreará nos cinemas em 2014, com Shailene Woodley e Ansel Elgort nos papéis principais. John Green, ao observar os dois em testes, disse estar vendo a Hazel Grace e o Augustus conversando.
  Outro autor que me conquistou com um só livro. Maravilhoso e terrível, delicioso e emocionante. Assim é este romance.

"Nunca Shakespeare esteve tão equivocado como quando fez Cássio declarar: 'A culpa, meu caro Bruto, não é de nossas estrelas, / mas de nós mesmos.' 
Fácil falar quando se é um nobre romano (ou Shakespeare!), mas não há qualquer escassez de culpa em meio às nossas estrelas." (GREEN, p. 106)




Título Original: The Fault in Our Stars
Autor: John Green
Tradução: Renata Pettengill
Editora: Intrínseca
Ano de publicação: 2012
Páginas: 288
ISBN: 978-85-8057-226-1

Classificação:







Sobre o autor 



John Green é um dos escritores norte-americanos mais queridos pelo público jovem e igualmente festejado pela crítica. Autor best-seller do The New York Times, premiado com a Printz Medal e o Printz Honor da American Library Association e com o Edgar Award, foi duas vezes finalista do prêmio literário do LA Times. Com o irmão, Hank, mantém o canal do YouTube "Vlogbrothers" (youtube.com/vlogbrothers), um dos projetos de vídeo on-line mais populares do mundo. Mora com a mulher e o filho em Indianápolis, Indiana. 



@realjohngreen

johngreenbooks.com



  
  








5 comentários:

  1. Olá moça!
    Esse é um dos melhores livros que li em minha vida e, com certeza, o melhor do John Green! Nenhum outro autor tinha me emocionado e/ou mexido comigo da maneira que ele fez. Li o livro já umas três vezes e tenho certeza q ainda vou ler mtas vezes mais. Mas sempre que o leio, fico mais forte e cheia de vida, de vontade de viver como se cada dia fosse o último, dando valor aos pequenos momentos.
    Beijos,
    Nica

    @DraftsdaNica

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  2. Olá Leticia, uma pena que i livro não tenha me encantado como fez com você, tenho um receio enorme de ler outra coisa do autor por isso.

    Beijos
    www.leitoraincomum.com

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  3. estou lendo esse livro e por enquanto estou encantada...espero gostar dele tanto quanto você!!!adorei o blog!!

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    1. Obrigada, Michele! Feliz que você tenha visitado o blog, e esteja gostando do livro! Se puder, indique aos amigos, e se tiver um blog, posso seguir. Beijos!

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  4. Eu amei demais esse livro. Eu não dava nada pra ele. Quando comecei a ler, nem sabia do que se tratava. Mas depois das primeiras frases, o livro me conquistou e eu o devorei!
    Zusak conseguiu definir o livro em uma frase e foi exatamente o que aconteceu comigo.
    Estou ansiosa pela adaptação. Espero não me decepcionar. Já amei a escolha do ator para interpretar o Isaac. Estou ansiosa para ver a atuação dele. hehe

    Beijos,
    Amanda Melanie - Literatura em Série

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