Quando li pela primeira vez O Pensamento Voa, não sabia que tinha tanta filosofia e graça juntas. O Mundo das Idéias criado por Lucy Eyre é fantástico, diferente de qualquer visão sobre o que chamamos filosofia. Seria bom que fosse realidade, imaginem vocês, que não só os filósofos e estudantes de filosofia tivessem um mundo assim após a morte. Extraordinário, não?
Sócrates está mais uma vez contando sobre suas lições aos discípulos, e Wittgenstein contradiz cada palavra dele.
Até que o grande mestre do método socrático aposta que, se pudesse fazer a vida de alguém do século XXI melhorar com a filosofia, Ludwig seria obrigado a desistir de querer ser presidente.
"(Sócrates) - Se o Oráculo de Delfos diz que eu sou o mais sábio, não pode ser mentira! Deve ser porque tenho a perspicácia de saber que nada sei. (...) Posso sair condenado à morte deste tribunal. Mas vocês, meus acusadores, serão condenados pela Verdade em si pela maior maldade e injustiça já cometidas." (O PENSAMENTO VOA, pág. 12)
Sócrates nunca saiu do cargo, há mais de dois mil anos. Sua assistente é Lila, que morreu antes de completar o doutorado.
Lila fica encarregada de trazer alguém para lá, alguém que ela veja que pode ser convencido por Sócrates. Encontra Ben, um rapaz de 15 anos, e vai até ele.
Com as idas ao Mundo das Ideias - detalhe, Ben chega lá atravessando o armário do quarto (lembra algo?) - ele começa a pensar como é estranho que o óbvio se torne não tão óbvio assim.
Às vezes eu também penso nisso, por exemplo, uma palavra que conhecemos bem e falamos o tempo todo. Nós aprendemos a lê-la, e que tais e tais letras a formam, e aprendemos a escrevê-la. Mas por que isto se escreve deste jeito e não de outro? Por que, quando juntamos as letras, dá aquilo?
"E se nenhuma criatura tivesse desenvolvido a audição? - perguntou-se ele. Ainda haveria som? (...) Por um lado, sim, ainda haveria som. Se nada mudasse no resto do mundo e os sons pudessem ser 'feitos', então existiriam sons sem que houvesse a audição, assim como existem os sons com ela. Mas, por outro lado, se um som não é ouvido, pode ser chamado de som? Um som não ouvido é uma coisa triste." (pág. 62)
Todos os diálogos são preciosos. As brigas e discussões são uma comédia. Um filósofo contradizendo o outro, e é essa a graça. O Pensamento Voa deve ser lido por todos, é um livro que traz todo o encantamento de aprender a filosofia.
Título Original: If Minds had Toes
Autora: Lucy Eyre
Tradução: Ryta Vinagre
Editora: Rocco
Ano de Publicação: 2007
Páginas: 256
ISBN:978-85-325-2248-1
Classificação:
Interessante o enredo. Não conhecia o livro, mas gostei da temática. A filosofia é realmente interessante em muitos aspectos e Sócrates é um pensador que admiro muito!
ResponderExcluirGostei do texto, flor!
Bjs
Danni
Garotas e Livros
Que bacana, Lê! A história é bem diferente, estou tentando imaginar os diálogos e quão engraçados eles foram, rs.
ResponderExcluirÓtima dica! :)
Beijocas.
http://artesaliteraria.blogspot.com.br
Eu não conhecia o livro, mas achei a resenha interessante. Achei que dois filósofos conversando ou discutindo poderia se massantes, mas parece que não. Gostei, livro diferente mesmo.
ResponderExcluirBjs, @dnisin
www.seja-cult.com