Boa tarde, gente! Hoje vim resenhar o primeiro livro da II Maratona Literária #EuSouDoideira, e devo dizer que não foi nada fácil a leitura, pelos sentimentos que me causou a escrita da Eva. Até os meus dezesseis anos, eu não tinha coragem de pegar em um livro dessa temática, tinha lido uns dois, no máximo, e só depois de ler A Menina que Roubava Livros, foi que quis ler não importava o que fosse sobre o Holocausto.
Faz muito tempo que eu não sentia meu coração tão quebrado, sofri muito para continuar a história de Mika. Nas horas em que parava a leitura para fazer outra coisa, até para dormir, não saía da minha cabeça todo o sofrimento e a coragem dele.
Mika Hernsteyn é o menino
dos fantoches de Varsóvia. Depois da morte de seu avô no gueto, ele herda um
casaco cheio de tesouros. Esses tesouros são coisas miúdas que o avô guardava
nos inúmeros bolsos do casaco, uma das quais era um rosto de fantoche de papel machê. Desde
então, Mika não o tira para nada, pois para ele, é como uma casa onde pode
esconder-se dos perigos do mundo em guerra.
“Dentro do casaco, eu observava o gueto como se estivesse num
sonho: o que eram essas hordas de humanos, vestidos com trapos sujos e puídos,
sempre correndo, empurrando, abrindo caminho por entre a multidão como se
estivessem tentando alcançar o último trem que os levaria para casa?” (O Menino
dos Fantoches de Varsóvia, p. 39)
A partir daí, percebe que
toda sua felicidade e esperança está nos fantoches. Começa a encenar
espetáculos para sua mãe e primos, e logo todos no gueto falam do famoso menino
e pedem para que ele crie histórias para alegrá-los.
O livro é dividido em três
partes, a primeira é narrada por ele. No início, ele já é avô e conta sua vida
ao neto. A segunda parte conta a trajetória de um soldado que o defendeu. Na
terceira, não sofri tanto porque já estava no fim, porém nas duas partes
iniciais senti tudo o que os dois sentiram, de uma maneira intensa, esperançosa
e com muita dor.
Quando Mika contou sobre o soldado, no começo eu também desconfiei
um pouco, e achei que Eva deveria ter aprofundado um pouco mais a amizade
deles, senti falta disso, mas me reconciliei com Max Meierhauser na sua parte
da história.
“A morte não é uma figura cadavérica coberta com um manto negro e
empunhando uma foice — proclamou Max, engolindo sua quarta dose de Schnapps. —
A morte é o vento que vem do norte, nuvens carregadas de neve que enterram
todas as coisas vivas. É o frio que queima seus pulmões, quebra seus ossos e
arrebenta sua alma. Faz você querer matar para conseguir um lugar perto do
fogo, mesmo se for um daqueles malditos fogareiros a lenha.” (O Menino dos
Fantoches de Varsóvia, p. 310)
"(...)
— Talvez você não sinta nada nesse seu corpo pequeno de papel machê, mas...
sabe de uma coisa? Para mim, a esperança é algo muito mais perigoso do que o
desespero. Ela me devora por dentro como aquelas feridas infeccionadas que
nunca saíram nesse frio maldito. Preciso parar de ter esperança, de imaginar
que vou voltar para casa. Tornei-me um fantasma, uma sombra da pessoa que eu
era. Este lugar é tudo o que existe agora. - Ele tombou para a frente. Como
sempre, o príncipe permaneceu e silêncio, e Max voltou a guardar o fantoche
embaixo da palha suja." (O Menino dos Fantoches de Varsóvia, p. 265)
Assim que vi esse livro
sendo lançado pela Novo Conceito, sabia que ia amá-lo. Apesar de toda minha dor
e minha vontade de parar e respirar por muito tempo para voltar a ter coragem,
foi isso o que me encantou. É uma história maravilhosa sobre esperança e
sonhos, e me vi muitas vezes, no meio da noite, com um sorriso bobo no rosto,
por ler frases que fizeram o caminho da leitura menos doloroso. Devolveram a
fé.
“— Estou sempre pensando em você, Mika. Você é meu melhor amigo. —
Ela respirou fundo. — Posso me casar com você quando eu crescer? — Ela disse
aquilo de uma vez. Não havia mais tempo para ser tímida ou educada; ela
guardara aquilo por tempo suficiente. A primeira e única proposta de casamento
que recebi em toda a minha vida. (...) Antes de eu ir embora naquele dia, ela
me deu um desenho. Uma imagem simples, com duas pessoas feitas com círculos e
traços finos, de mãos dadas debaixo de um sol risonho: uma alta, a outra
pequena. Ambas tinham um sorriso enorme no rosto, e havia uma borboleta
colorida voando entre elas. Ela assinou o desenho: De Hannah para meu amigo
Mika. Volte logo.” (O Menino dos Fantoches de Varsóvia, p. 165-66.)
Crowded House - Don't Dream It's Over
Título Original: The Puppet Boy of Warsaw
Autora: Eva Weaver
Tradução: Ivar Panazzolo Júnior
Editora: Novo Conceito
Páginas: 398
Ano de Publicação: 2014
ISBN: 978-85-8163-417-3
Classificação:
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Autora: Eva Weaver
Tradução: Ivar Panazzolo Júnior
Editora: Novo Conceito
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Não sei se conseguiria ler um livro desses... Ainda mais que sou chorona... Mas gostei da resenha
ResponderExcluirVisita? Livros, eu Amo
Abraços
Olá =).
ResponderExcluirTudo nesse livro me lembra O Menino do Pijama Listrado. Por esse motivo não tive vontade de ler o livro, odeio obras que querem vender em cima de outras.
Beijos.
memorias-de-leitura.blogspot.com
Oi, Gabriela! =)
ExcluirLi os dois livros, e posso afirmar que um não tem nada a ver com o outro. Amei O Menino do Pijama Listrado, foi um dos primeiros livros sobre o Holocausto que li, tenho o filme. Só de crianças, do total de seis milhões de judeus mortos nesse período, foram um milhão e meio.
A autora desse livro buscou várias fontes de pesquisa para escrevê-lo, e construiu um romance único. Cada uma dessas histórias tem algo em comum, mas contém dores diferentes, apesar de serem causadas pela mesma razão: o ódio. Beijos!
Olá =).
ExcluirEu entendo que as histórias são diferentes, mas eu falo sobre a jogada de marketing da editora. Eles colocaram um título que nos faz lembrar O Menino do Pijama listrado e a capa do livro tbm faz referência a essa obra (desde as cores até as listras). Não acho isso bacana com a obra.
Beijos.
Realmente lembra bastante 'O Menino do Pijama Listrado'.Quem sabe um dia de uma chance a esse...Tem tantos livros na minha listinha que meu deus kkkk Quem sabe ne?Amei a resenha
ResponderExcluirBeijos
http://cantinhodatitania.blogspot.com.br/2014/07/ela-e-o-meu-pecado-sameerah-sy-15.html