Amós Oz (1939-) |
"A única coisa que tínhamos em
abundância eram livros. Incontáveis, de parede a parede, no corredor, na
cozinha, na entrada e em todos os peitoris. Milhares de livros em todos os
cantos da casa. Havia um sentimento de que as pessoas vão e vêm, nascem e
morrem, mas os livros são eternos. Quando eu era pequeno, queria ser livro
quando crescesse. Não escritor de livros, livro mesmo. Gente se pode matar como
formigas. Escritores também não são tão difíceis de matar. Mas os livros, mesmo
se os destruirmos metodicamente, sempre há chance de sobrar algum, nem que seja
apenas um exemplar, a continuar sua vida de prateleira, eterna, discreta e
silenciosa em uma estante esquecida de alguma biblioteca remota em Reykjavik,
em Valladolid ou em Vancouver." – Amós Oz, “De Amor e Trevas”. São Paulo:
Companhia das Letras, 2005. pp. 30-31. Tradução do hebraico por Milton Lando.
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30/03/2013
Amós Oz
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