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26/03/2013

tempo de memória (António José Cravo)


tempo de memória

ribeira de pardelhas
                            ribeira de pardelhas

aqui sentei outrora sonhos
rasguei outras folhas com outra raiva

a memória enche este espaço

na ria os olhos gastam-se
iniciando uma viagem impossível
onde a saudade não tem lugar

o que fui
o seu tempo teve
o que sou
o mistério de estar de novo aqui
entrego ao sol
para que arda e morra e arda sempre

(António José Cravo) 

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