Ed Kennedy tem dezenove anos, é taxista e nunca fez nada de bom na vida. Mora com um cachorro de dezessete que é viciado em café. Passa os finais de semana jogando Porre com os amigos. Recebe palavrões da mãe. Um fracasso no amor, sendo apaixonado em segredo pela melhor amiga. É assim que ele vive, até salvar o banco da cidade de um assalto, de um jeito que nem ele sabe, e receber primeira mensagem.
Desde o começo do livro, Ed nos chama a
caminhar a seu lado, para descobrirmos o que cada uma delas pede que ele faça,
e para quem. Como alguém que não consegue fazer nada por si mesmo terá coragem
para ajudar pessoas que não conhece?
Aos poucos, mergulhamos no mundo desse jovem
desconfiado e tímido, que nunca se achou capaz de mudar nem de realizar grandes
feitos. E não conseguimos desejar parar de andar com ele.
“É como se eu tivesse sido escolhido. Mas
escolhido pra quê?, pergunto.
A resposta é bem simples:
Pra se importar e cuidar.” (p. 43)
“Como as pessoas conseguem sobreviver assim?
Como sobrevivem?
Acho que é por isso que estou aqui, talvez.
E se não estiver mais dando pra eles viverem
assim?” (p. 43)
Na primeira vez que li a história de Ed, pouco tempo atrás, não
consegui largar o livro. Agora, não foi diferente. Voltei da leitura ainda mais
apaixonada pelo personagem, que conseguiu me salvar de uma ressaca literária. Ri com Ed e Porteiro, o cachorro, e me emocionei e chorei com as mensagens.
Ed
nos mostra o quanto há de humanidade perdida e não encontrada no mundo. Mostra
quantas pessoas que não são vistas merecem ser olhadas.
É difícil para mim escrever a resenha, porque
amo a escrita do Markus, e também sou uma das pessoas que ainda se pergunta se
existe bondade nos homens, seja perto ou longe.
O protagonista desta história me fez ver
depois de muito tempo que, sim, pessoas boas e gentileza não estão perdidas.
Pessoas que sentem a dor do outro, não estão perdidas
nem são inexistentes. Só não são notadas. Passamos por elas todos os dias e não
as vimos. Olhamos sem enxergar. Também há pessoas como Ed, que não sabem quem são e só precisam que alguém os faça ver que são dignos de
confiança e de realizar algo bom. Alguém que os faça ver que não são pessoas
chamadas de “ninguém” ou “só o Ed”.
Sempre existem caminhos e pessoas que só não
foram olhadas da maneira certa. Quando vamos nos dispor a olhá-los de verdade e
tirá-los da invisibilidade?
“Sinto como se de alguma forma eu tivesse me
apresentado.
A mim mesmo.
Olá!
ResponderExcluirBoa resenha!
Sempre tive curiosidade de ler algo do Zusak, mas nunca li. Pelos comentários que vejo, como o seu, o autor parece escrever muito bem e envolver o leitor, mas sempre achei as histórias meio enfadonhas!
Um dia eu leio!
=D
http://osdragoesdefogo.blogspot.com/
Oi, Kaio! Obrigada! :) É verdade, mas sou suspeita para falar, porque ele é um dos poucos autores contemporâneos que me conquistou com um só livro. Tenho certeza que você não vai se arrepender! Espero que goste! =D
ExcluirEu nunca li nada de Marcus Zusak, nem seu livro mais famoso, A Menina que roubava livros. Já vi muitas pessoas dizendo que são apaixonadas por ele, já outras comentando que acharam o livro chato. Espero conseguir conhecer o autor mais profundamente no ano que vem.
ResponderExcluirMas o motivo para eu comentar agora é pra avisar que indiquei teu blog para uma Tag. Se você aceitar responder, me avisa comentando lá no post e deixando o link.
Tag Arrependimentos Literários
Oi, Cris! Acho que depende muito do gosto literário da pessoa e também do momento em que lê, mas a escrita do Zusak é fantástica. Espero que você goste dos livros dele! :) Ok, pode deixar que vou lá no blog conferir. Beijos!
ExcluirLetícia, acho que já te disse, li esse livro já tem bastante tempo, em versão digital. Recentemente adquiri a versão física exatamente para fazer uma releitura. Espero que o história me cative tanto quanto cativou você. Eu faço parte das pessoas que continuam acreditando que pessoas boas existem, mesmo sendo poucas e mesmo eu quebrando a cara várias vezes por conta disso!
ResponderExcluirBeijos
Blog: Porão da Liesel
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