Não sabia o que esperar de Beleza Perdida, mas a frase da capa me fez mergulhar de cabeça na história. Pode parecer um livro com um enredo comum, mas não é. Um adjetivo com o qual eu poderia classificá-lo seria profundo.
2001. Na pequena cidade de Hannah Lake, na Pensilvânia, vive Fern Taylor, uma garota de dezessete anos que desde a infância é apaixonada por Ambrose Young, o rapaz de seus sonhos.
Ambrose é o tipo de garoto que chama a atenção de qualquer aluna do colégio, um lutador, de beleza extraordinária e voz maravilhosa. Fern é a garota com quem ninguém conversa, a não ser seu primo, Bailey Sheen, filho do treinador de Ambrose. A amizade dos dois é um dos pontos mais emocionantes do livro, e me fez chorar tanto quanto rir. As graças de Bailey foram uma bênção no tempo difícil da narrativa.
O livro traz flashbacks do passado dos três protagonistas, que emocionam qualquer leitor.
Tudo começa quando a melhor amiga de Fern pede que ela escreva cartas de amor dirigidas a Ambrose em seu nome. Fern então coloca no papel tudo o que não tem coragem de dizer, por ser tímida e se achar feia. Young, por sua vez, responde de maneira apaixonada às suas cartas, sem saber que a garota por trás das palavras não é quem ele pensava que fosse.
“Não eram bilhetes de amor típicos. Eram bilhetes de amor porque Fern havia colocado neles toda a sua alma e o seu coração.”
Quando acontece a tragédia do 11 de setembro em Nova York, Ambrose decide se alistar para a guerra, chamando quatro de seus amigos para lutar pelo país com ele.
“A saudade de casa o invadiu. Sem dúvida não estavam mais no Kansas. Em que ele havia se metido? Em que tinha envolvido todos eles? E, sendo honesto consigo mesmo, ele não era Hércules e também não era o Homem de Lata. Era o Leão covarde. Havia fugido de casa e trazido os amigos junto, seu cobertor de segurança, sua própria torcida. Ele se perguntava que diabos estava fazendo em Oz.”
“(Fern) Os protagonistas nunca morrem nos livros. Se morressem, a história estaria arruinada, ou acabaria.
— Todo mundo é protagonista para alguém — teorizou Bailey, seguindo caminho pelo
corredor cheio, passando pela saída mais próxima e saindo para a tarde de novembro. — Não existem personagens secundários.”
Quando Ambrose volta, anos depois, tudo está mudado. Ele está mudado, e acha que ninguém o aceitará. O entrelaçamento de tantas histórias de vida nas páginas faz com que seja um romance mais que incrível, não somente focado em amor de jovens apaixonados, que se descobrem aos poucos.
“— Mas tem horas que a gente só precisa reconhecer a merda, Fern, sabe?
Ela assentiu, apertando a mão dele com um pouco mais de força.
— Sim. E isso também é bom.
— A gente só precisa reconhecer. Enfrentar a merda. — A voz de Bailey ficou mais forte, até mesmo estridente. — Aceitar a verdade que existe. Ser dono dela, chafurdar nela, se unir à merda. — Bailey suspirou, o clima pesado se dissipando com sua insistência em xingar. Palavrões podiam ser algo muito terapêutico.
Fern deu um sorriso fraco.
— Se unir à merda?
— Sim! Se for preciso.”
Beleza Perdida é um livro não só sobre duas pessoas que foram mudadas pela vida, mas sim um romance que valoriza a amizade e o amor de maneira extremamente tocante e engraçada, dentro da tragédia. Todo leitor deveria se emocionar com a escrita de Amy Harmon.
Título Original: Making Faces
Autora: Amy Harmon
Tradução: Monique D’Orazio
Editora: Verus
Páginas: 332
Ano de Publicação: 2015
ISBN:978-85-7686-374-8
Classificação:
Boa resenha Letícia.
ResponderExcluirVi esse livro no mochilão da Record e me interessei nem lê-lo. Curti.
ResponderExcluirSeguindo o blog.
Beijos
http://postandotrechos.blogspot.com.br/
Olá! Leia, sim, é maravilhoso, recomendo muito. Você vai se surpreender. Obrigada! Visitarei seu blog.
ExcluirBeijos!
Maravilhoso! !!! Há tempos não leio um livro tão envolvente!
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