Agora, com Branca
como o Leite, Vermelha como o Sangue, ele me surpreendeu ainda mais com a
narrativa contada pelo olhar de Leo, o protagonista. Não tenho palavras para
descrever minha ansiedade, meu desespero, meu deslumbramento com cada frase.
Leo é um
adolescente de 16 anos estudante do liceu, que não aguenta sua vida na escola e
a monotonia do seu cotidiano. O que o salva são as músicas que ele escuta, seus
amigos e uma garota por quem está apaixonado. Beatriz, a menina dos cabelos da
cor do sangue. Ela não sabe de nada, porque ele não tem coragem de dizer que a
ama.
O modo como descreve
as situações por que passa é fantástico. Para ele, todos os sentimentos e
estados de espírito são cores. Tem medo de branco, e ama o vermelho.
Branco “não
é sequer uma cor”, diz. Não é nada.
Com a ajuda de sua melhor amiga, Silvia, e de seu professor, chamado de Sonhador por seus alunos, segue um caminho brilhante. A figura de um mestre novamente presente num livro, o que nos faz encontrar no autor uma delicadeza e força poética imensa.
Com a ajuda de sua melhor amiga, Silvia, e de seu professor, chamado de Sonhador por seus alunos, segue um caminho brilhante. A figura de um mestre novamente presente num livro, o que nos faz encontrar no autor uma delicadeza e força poética imensa.
A partir do
amor que sente por Beatriz, Leo vai amadurecendo e tornando-se uma pessoa melhor, e
que se importa mais com o que acontece ao seu redor. Com o sentimento que nutre
por ela, descobre que há um mundo inteiro para mudar seu jeito de ver as
coisas. Ela é o seu sonho. E ele vai lutar para conquistá-lo.
“Um grande sonho. Ainda não sei qual é, mas
gosto de sonhar que tenho um sonho. Ficar deitado na cama, em silêncio,
sonhando meu sonho. Sem fazer mais nada. Passar em revista os sonhos e ver
quais me agradam. Quem sabe não vou deixar uma marca? Somente os sonhos deixam
marcas.”
Alessandro D’Avenia
conseguiu me envolver de um jeito arrebatador em todo o livro. Comecei na
madrugada e terminei em três horas, tamanha minha torcida por Leo. Em cada
capítulo eu me perguntava o que aconteceria em seguida, apesar de já ter tido
um spoiler, mas foi mais chocante, e belo, lê-lo agora, embora o conhecesse.
“Se os olhos de Beatriz não olharem as
coisas, as coisas se apagam. Sempre tive medo do escuro e ainda tenho, mas não
conto a ninguém, tenho vergonha.”
“Neste momento, estou passando da idade da
pedra à do metal. Não é um grande passo, mas pelo menos sinto que tenho algumas
armas afiadas contra os dinossauros da vida. A sensação é mais forte do que a
couraça de ferro e fogo que eu acreditava ter construído com minha raiva. É uma
força diferente, este novo alguém adere à minha pele e a torna transparente,
forte, elástica.”
É impossível
não se surpreender com as palavras do autor. A capacidade que ele tem de
nos fazer caminhar ao lado do personagem, ou melhor, até ser o personagem, é maravilhosa. Só um autor é capaz de me fazer
sofrer e agonizar, amar cada palavra do protagonista da história, e D’Avenia está no mesmo lugar agora.
Ao ler Coisas que Ninguém Sabe, achei que tinha descoberto toda a poesia do mundo ali. Mas Alessandro me mostrou que tem muito mais a dar ao mundo. Não queria acabar o livro. Quero mais poesia. Quero mais descobertas de Leo ou de qualquer novo protagonista que ele tenha para me presentear.
Ao ler Coisas que Ninguém Sabe, achei que tinha descoberto toda a poesia do mundo ali. Mas Alessandro me mostrou que tem muito mais a dar ao mundo. Não queria acabar o livro. Quero mais poesia. Quero mais descobertas de Leo ou de qualquer novo protagonista que ele tenha para me presentear.
“Meu pai entrou no quarto. Está olhando para
fora, pela janela.
— (...) Naquele momento, compreendi que o
que importa diante da liberdade do mar não é ter um navio, mas um lugar aonde ir,
um porto, um sonho, que valha toda aquela água atravessar.”
Título Original: Bianca come il latte, rossa come il sangue
Autor: Alessandro D'Avenia
Editora: Bertrand Brasil
Tradução: Joana Angélica D'Ávila Melo
Páginas: 368
Ano de Publicação: 2013
ISBN: 978-85-2861-505-0
Classificação:
Título Original: Bianca come il latte, rossa come il sangue
Autor: Alessandro D'Avenia
Editora: Bertrand Brasil
Tradução: Joana Angélica D'Ávila Melo
Páginas: 368
Ano de Publicação: 2013
ISBN: 978-85-2861-505-0
Classificação:
Sou apaixonado por livros poéticos, líricos, melódicos, então PRECISO MUITO desse Branca como o Leite, Vermelha como o Sangue ♥
ResponderExcluirÉ claro que eu já havia lido várias outras resenhas hiper positivas desse livro, então já venho colecionando expectativas há tempos, mas a sua está absolutamente incrível. Mostrou-me esse outro lado, mais metafórico, que eu ainda não tinha ideia. Adorei!
Beijos,
João Victor - Amigo do Livro
http://amigodolivro.blogspot.com.br/
Olá :) Que eu me lembre eu nunca tinha ouvido falar nesse livro, mas a sua resenha (que está muito bem escrita) me fez ficar com vontade de ler, esse book aparenta possuir uma história bela e poética, acho que é uma leitura muito agradável. Ótima resenha, amei! <3 Beijos! *-*
ResponderExcluirhttp://my-stories-wonderful-books.blogspot.com.br/