tempo de
sentado no banco da memória recordo o brilho nos olhos as caravelas velas pandas das navegações sem retorno imaginado o aroma das anémonas sem terra à vista a música a desprender-se das coisas
sem pauta nem maestro nem instrumentos
a música de dentro em clave de sol e sonho braços por dentro de braços e mais braços ainda abraços tantos a abraçar recordo
(ria de aveiro; canal de ovar; torreira; marina dos pescadores)
(António José Cravo)
ahcravo.wordpress.com
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29/12/2011
reflexos - 22
All Animals by Raphael Macek (12)
Raphael Macek Photography www.raphaelmacek.com All rights reserved |
aleksandr_s_pushkin
ЦВЕТОК Цветок засохший, безуханный,/Забытый в книге вижу я;/И вот уже мечтою странной/Душа наполнилась моя: Где цвёл? когда? какой весною?/И долго ль цвёл? И сорван кем,/Чужой, знакомой ли рукою?/И положен сюда зачем? На память нежного ль свиданья,/Или разлуки роковой,/Иль одинокого гулянья/В тиши полей, в тени лесной? И жив ли тот, и та жива ли?/И ны нче где их уголок?/Или уже они увяли,/Как сей неведомый цветок? 1828 |
27/12/2011
klaus_mann
Sem sombra de dúvida, as horas passadas no escritório de meu pai estimulavam não somente nossa imaginação, como também nossa curiosidade. Uma vez provado o encanto sedutor da grande literatura e o reconforto que ela nos oferece, gostaríamos de conhecer sempre mais — Outras histórias ridículas e parábolas cheias de sabedoria, contos de múltiplas significações e estranhas aventuras. E é assim que se começa a ler por si mesmo...
(The Turning Point, 1942.)
Klaus Mann (1906-1949)
olh'ó passarinho_
ahcravo.wordpress.com (Publicada na Revista dp Arte Fotográfica) |
_momento_
o momento o exacto instante em que o sol se deita sobre as ondas jamais o fim o mar permanece e aconchega as ondas abraçam o sol e deitam-se cansado do seu percurso diurno a tudo isto assiste de braços abertos silenciosamente cúmplice o barco o sol encontra nas ondas o regaço para tanto andar assim eu voltarei ao mar (António José Cravo) ahcravo.wordpress.com |
14/12/2011
maria_borras
A Cidade de Maurício de Nassau
Eu continuo um homem de armas.
E um humanista. E essa combinação é difícil em qualquer século. E porque conquistei mas não fui cego no exercício do poder, porque das armas e da repressão não fiz a minha última paixão, dizem agora que errei. A mesma Companhia que me trouxe, me leva.
Maurício de Nassau — quando da demissão da Companhia das Índias Ocidentais, 1644.
Prosopopéia - Bento Teixeira
I
Para a parte do Sul onde a pequena
Ursa se vê de guardas rodeada,
Onde o céo luminoso mais serena
Tem sua influição, temperada.
Junto a Nova Lusitania ordena
A natureza, mãi bem atentada,
Um porto tão quieto e tão seguro,
Que para as curvas náos serve de muro.
II
E´ este porto tal, por estar posta
Uma cinta de pedra inculta e viva,
Ao longo da soberba e larga costa,
Onde quebra Neptuno a fúria esquiva.
Entre a praia e a pedra descomposta,
O estanhado elemento se deriva
Com tanta mansidão, que uma fateixa
Basta ter a fatal Argos aneixa.
Descripção do Recife de Pernambuco (1601)
Bento Teixeira.
12/12/2011
_escrever_
escrever-me
dói
não escrever
dói mais
(aqui sorrio)
dói
não escrever
dói mais
(aqui sorrio)
(António José Cravo)
Barra do Cunhaú - Rio Grande do Norte, Brasil
Junção do Rio Curimataú com o Oceano Atlântico Foto de Antônio José Maranhão Vale cunhauacaico.blogspot.com |
11/12/2011
_serei_
10/12/2011
reflexos - 19
quando a luz nasce na água vai pela beira da ria caminha sem pressas de cidade o tempo parou por momentos para seres e estares escuta as cores sente como a música se desprende delas e se faz em ti a sinfonia que nunca sonhaste poder ser não interrogues a ria deixa que ela te fale e te encontre ali onde os olhos mergulham na superfície das coisas para lhes encontrar a raiz és o encontro de ti contigo aqui onde as cores são música e a água é luz (marina dos pescadores; torreira) (António José Cravo) networkedblogs.com/blog/ahcravos_blog |
coimbra_praça_do_comércio
as memórias da minha coimbra têm muitos silêncios dentro deles palavras perdidas sonhos por sonhar as memórias da minha coimbra têm gente que já não músicas espalhadas pela calçada onde de negro alguns vão pisando as pedras que choram por eles não as memórias da minha coimbra sou eu nelas e o serem ainda elas em mim (coimbra - praça do comércio) (António José Cravo) networkedblogs.com/blog/ahcravos_blog |
_amanhã_
(..) é este o meu infantário sou só olhos pernas não sei palavras não tenho sou só olhos à minha frente o mar o meu pai no barco o barco no mar a minha mãe nas redes as redes em terra todos no peixe tudo isto vejo em tudo me perco e não entendo amanhã ali estarei sem o saber agora começo a aprender que ser criança aqui é espuma que o mar deixa na areia e secará com o sol e o sal é este o meu infantário ... (torreira) (António José Cravo) networkedblogs.com/blog/ahcravos_blog |
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