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A beleza do Porto (I)
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Romero de Andrade Lima
Ao meu amado português J. Francisco Saraiva de Sousa
Dr. Francisco
Ai, Dr. Francisco,
De Santo, Doutor,
Poeta e Louco
Tens um pouco.
Por que não me vens
curar
Dessa dor,
Que se alastra
Desterra-me
Para além-mar. . .
Guardo teu retrato
Debaixo da renda do
criado-mudo
E o lencinho no meu
peito
Tem bordadas as tuas
iniciais.
Já perco saúde e
juízo
De esperar a ama
anunciar:
“Sinhazinha, é
chegado o Dr. Francisco!!!”
Letícia d'Albuquerque Maram. Valle
Capitania hereditária de Pernambuco,
do ilustre Dom Duarte Coelho Pereira.
Reyno de Portugal, do Brasil e das Terras d'Aquém e d'Além-mar.
Recife, XXX/IV/MMXII.
J. Francisco de Sousa cyberdemocracia.blogspot.pt facebook.com/igor.sousa2
Pintura de Romero de Andrade Lima
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28/04/2012
Gago Coutinho e Sacadura Cabral (II) - Hidroavião na Cidade do Recife
Hidroavião de Sacadura Cabral e Gago Coutinho.
Primeira travessia da Europa para a América do Sul em avião, 1922.
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Hidroavião aterrissando no Marco Zero.
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Gago Coutinho e Sacadura Cabral
(para o miguel portas)
para o miguel portas
a tristeza chega súbito é chuva no rosto escorrendo amarguras ausências pouco basta para somos tão frágeis tão uns dos outros a tristeza chega em abril mas floresce em qualquer mês onde uma ausência se fez sentir crescemos que se cresce sempre com homens como tu que são nós mesmo depois de não há palavras tristes há tristeza nas palavras onde existes ainda 27.04.2012
(António José Cravo)
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22/04/2012
Meninos e Cavalos #4
Sorri
como um menino
que vê longe.
Salta,
voa, cavaleiro,
que o mundo
é teu.
Cavaleiro Marlon Modolo Zanotelli
Álbuns
"Fotos de Perfil" e "MET 2012" (by Ashford Farm)
Letícia Valle
facebook.com/laeti7
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20/04/2012
Meninos e Cavalos #3
Sem meu cavalo.
Só eu,
Antes de cavalgar.
Sou
cavaleiro.
Juntos
Somos
liberdade.
[Letícia Valle]
Cavaleiro
Marcel Modolo Zanotelli
Álbuns "Frappant" e "Fotos
Misturadas"
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1010638151409.2001092.1388645622&type=3 |
15/04/2012
O Tigre
10/04/2012
Florbela Espanca (As Minhas Mãos)
Florbela Espanca (1894-1930) |
As minhas mãos magritas, afiladas,
Tão brancas como água da nascente,
Lembram pálidas rosas entornadas
Dum regaço de Infanta do Oriente.
Mãos de ninfa, de fada, de vidente,
Pobrezinhas em sedas enroladas,
Virgens mortas em luz amortalhadas
Pelas próprias mãos de oiro do sol poente.
Magras e brancas... Foram assim feitas...
Mãos de enjeitada porque tu me enjeitas...
Tão doces que elas são! Tão a meu gosto!
Pra que as quero eu - Deus - pra que as quero eu?
Ó minhas mãos, aonde está o Céu?
...Aonde estão as linhas do teu rosto?
Espanca, Florbela. Sonetos. Cidade do Porto: Porto Editora, 2010. p. 108.
06/04/2012
Nuno Júdice (Rimbaud Inverso - I)
Nuno Júdice |
RIMBAUD INVERSO
O pastiche é um pastis
(fragmentos)
oblíquos carros do matinal clamor
murmúrio de séculos afogados bebendo ternura
fogo do deus solar oferecendo-se para fechar os olhos
à força e à beleza abraçadas no poder desmedido da Vida
oiro de lâminas escritas na ventura excessiva da juventude
portais escancarados lassos de olhos do deserto nocturno
estações morrem e florescem naqueles que, longe da divina claridade,
descobrem a partida eterna do sol desejado — por quê? —
num porto regressado das brumas imóveis ascendidas da barca do outono
crucificaram a chuva encharcando o pão podre de farrapos, lama e fogo
esplêndidas cidades de paciência ardente armadas
na aurora raiada de real ternura de armas veladas
de espécies retardadas na morte dos queixumes sórdidos
moderados pelos silvos pestilentos de um cântico de dentes
as eternas recompensas caem em cima de um cadáver de luz
JÚDICE, Nuno. Obra Poética (1972-1985). Quetzal Editores: Lisboa, 1999. 2a edição. p. 323
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