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118º aniversário de Florbela Espanca a 08.12.2012
Vitorino Nemésio refere a aura quase mitológica, como se de uma lenda se tratasse, que se gerou em torno de Florbela, a que não é, provavelmente, alheio o seu trágico percurso e a forma como o retratou nos seus versos: A rapidez com que a lenda se apoderou de Florbela mostra bem como estamos em presença - creio que pela primeira vez na literatura portuguesa - de uma poetisa musa. Mais do que isso: de uma deiade ou de um duende, um ser mitológico de que já alguns poetas autênticos (Manuel da Fonseca, por exemplo) se apoderaram para dele fazer a alma da planície alentejana, «genius loci» errante entre o piorno e as estevas. (Vitorino Nemésio, «Florbela», in «Conhecimento da Poesia»).
Fonte: http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/florbela_espanca/nemesio.html
10/04/2012
Florbela Espanca (As Minhas Mãos)
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Florbela Espanca (1894-1930) |
As minhas mãos magritas, afiladas,
Tão brancas como água da nascente,
Lembram pálidas rosas entornadas
Dum regaço de Infanta do Oriente.
Mãos de ninfa, de fada, de vidente,
Pobrezinhas em sedas enroladas,
Virgens mortas em luz amortalhadas
Pelas próprias mãos de oiro do sol poente.
Magras e brancas... Foram assim feitas...
Mãos de enjeitada porque tu me enjeitas...
Tão doces que elas são! Tão a meu gosto!
Pra que as quero eu - Deus - pra que as quero eu?
Ó minhas mãos, aonde está o Céu?
...Aonde estão as linhas do teu rosto?
Espanca, Florbela. Sonetos. Cidade do Porto: Porto Editora, 2010. p. 108.
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