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30/11/2012

Artur Afonso


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Por Artur Afonso 

Dá-me a conhecer o mundo que anseio,
enche-me a vida de imolando!
Quero sentir o gozo da vida.

Quero ser parte do que é teu, 
conhecer as belas coisas do mundo,
sentindo a eternidade pulsante!

[Se tu soubesses o desejo que em mim, qual Fénix, renasce!
Se tu soubesses todas as coisas do saber, do amor distante...]

Vem, vem...
soubesses a alma que em mim fenece,
torpe distância que em mim se consome...
Vem, vem, vem... como me embalando.

Dá-me as coisas que não existem mas sinto,
Dá-me amor, esse desejo das coisas vencidas,
palpitantes por dentro...
satírica fome das coisas absortas!

Vem,
dá-me a poesia da vida!
- Que te possua olhando nas órbitas,
por dentro, como se eu fora o único, o tal,
o perene ser das coisas etéreas!

Vem,
dá-me esse regozijo de vida,
essas palpitações convulsas,
esse pulsar de alma que sente, de quem só sente...

Beija-me por dentro,
eu trémulo por tuas mãos arguentes, dá-se fome, dá-me tanto!
- A fome das coisas ausentes,
das coisas que sinto,
a fome da poesia ao dilacero, a fome que não pára!
Cicatriza-se-me a alma, parte-se-me o pranto!

Ah! Prosterna-me!
Goza no eu olhando-te na íris,
no eu que querendo-te em violência cortante,
como saciando fome de séculos e de vida!

...

Dá-se este pungir das coisas húmidas,
líquidos viscosos do corpo.
Ah... ser teu... vem!

Ser mais...
Ser como tu, nas estrelas distantes,
ser das coisas belas e reais...

Pulsar de vida!

- Artur Afonso

Fonte da imagem: http://www.romerodeandradelima.com.br
Exposição "Memória Armorial".
Outubro/09


30/04/2012

A beleza do Porto (I)


Ao meu amado português J. Francisco Saraiva de Sousa



Dr. Francisco

Ai, Dr. Francisco,
De Santo, Doutor, Poeta e Louco
Tens um pouco.
Por que não me vens curar
Dessa dor,
Que se alastra
Desterra-me
Para além-mar. . .

Guardo teu retrato
Debaixo da renda do criado-mudo
E o lencinho no meu peito
Tem bordadas as tuas iniciais.
Já perco saúde e juízo
De esperar a ama anunciar:
“Sinhazinha, é chegado o Dr. Francisco!!!”

Letícia d'Albuquerque Maram. Valle

Capitania hereditária de Pernambuco,
do ilustre Dom Duarte Coelho Pereira.


Reyno de Portugal, do Brasil e das Terras d'Aquém e d'Além-mar.

Recife, XXX/IV/MMXII.


J. Francisco de Sousa

cyberdemocracia.blogspot.pt

facebook.com/igor.sousa2



Pintura de Romero de Andrade Lima