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19/04/2014

Gabriel García Márquez (II)


regata de moliceiros, murtosa, bico, 2007
um presente para gabo 

guardei-te um momento
longe de tudo
o que te era familiar
queria-o assim
único
presente de um passado
em que te habitei sem o saberes
em que fui outro só porque
te conheci sem que me conhecesses
eu era apenas mais um
de entre todos os que para ti
eram o mundo
hoje continuo a ser teu habitante
quando tu já não te sentas na cadeira do costume
com os amigos de sempre
porque partiste
para lado algum
partiste
só isso
abraço-te agora como nunca
por dentro das palavras que deixaste
para mim não partiste
pela simples razão que sempre te tive
como te tenho hoje
embrulhado em palavras mágicas
são para ti estes barcos
gabo
navega com eles e sê onde
encontramo-nos por aí
(António José Cravo)
18 de Abril de 2014.

18/04/2014

Gabriel García Márquez (1928-2014) (Parte I)



cabrita de pé nos cabeços da ria

hoje morreu gabo e não morreu


(“gabriel garcia marquez ou a história de um deicídio”
mario vargas llosa)

o tempo gabriel
o tempo
o tempo que tu tão bem
construíste e desconstruíste

algures na floresta de maconde
um coronel
mortes anunciadas
(a tua a nossa a de todos) 
cem anos 
putas tristes
quantas histórias
fantasticamente reais
os buendia sempre

o tempo levou-te 
o tempo
de estares aqui gabo 

a névoa envolve tudo
a labuta dos dias da escrita
dos jornais dos livros dos editores
das palavras
gabo

por entre uma outra névoa
três homens arrancam da lama da ria
com que sobreviver nesta terra
nunca te leram
não sabem quem és

mas foi para eles
foi por eles que escreveste

abraço gabo

(ria de aveiro; torreira)

(António José Cravo)

17 de Abril de 2014


http://ahcravo.wordpress.com/2014/04/17/hoje-morreu-gabo-e-nao-morreu/

25/12/2013

alcançar o céu


  Boa tarde, pessoal! E Feliz Natal! xD 
  Anteontem, na página Word Shakers, Jordanne postou esta foto abaixo, e disse que uns dias atrás o céu estava assim lá em Grandview, Washington. Daí ela pensou em como Liesel descreveria isso para Max, e perguntou como nós descreveríamos. Tentei escrever uma frase em inglês, mas não consegui, depois de ver o que ela e Hannah escreveram. Só conseguia pensar: COMO vou descrever uma perfeição dessas se elas já disseram tudo? Pensei durante uma hora, e eis que meu bloqueio saiu e escrevi isso. :) Espero que gostem!! 

Beijos! 
O céu não tinha feras de coração cinzento hoje Max 
Ele estava todo branco
Acima das montanhas
Ele estava todo branco
Lá no paraíso tem festa agora
E os anjos fizeram um tapete 
Para os ladrões de céus passarem
Porque eles sabem que
Se a gente rouba o céu
Ou se dá um pedaço de lá a alguém
A gente pode estar lá também
E o tapete era feito de algodão doce
Daquele que a gente sente derreter na boca
Talvez eles estejam brincando
De bolas de neve 
E a gente pode ir também
É a gente pode 
Eles estão nos convidando
Vamos alcançar o céu Max
Vamos roubá-lo de novo?
Vamos Max
Aponte o céu
Olhe 
Mas os seus olhos não vão ser queimados
Porque é dia
O Sol se escondeu
Para dar lugar às nuvens de algodão doce
Eu vi 
Eu vou com você até lá
Eu lhe dei um pedaço dele
E você soube
Que só eu podia lhe descrever 
A fera branca
Mas agora 
Eu descrevo um tapete
Um tapete feito de algodão doce bem branco
Talvez com gosto de marshmallow?
Branco
As montanhas 
Podem estar cobertas 
De gotas de chocolate
Vamos alcançar o céu Max
Vamos roubá-lo de novo?

Recife, 23 de Dezembro de 2013.

Letícia Valle

Foto por Jordanne Michelle Babcock

26/11/2013

que tal um beijo, Saumensch?


  Oi, minha gente!

  Mais um "trabalho" meu aqui, que fiz acho que sexta-feira de madrugada. *-* Eu estava querendo muito escrever algo dedicado ao Rudy, e aqui está. Enviei para o Markus uma carta e mais os dois poemas, hoje! A melhor sensação do mundo é essa, vocês não têm noção... É incrível você conseguir dizer tudo o que lhe surpreendeu no livro, e o quanto esse livro é importante na sua vida. Deixar o autor saber que exerceu uma influência tão grande na sua escrita, nos seus dias. 
  Enquanto eu escrevia a carta, realmente me senti como se fosse a Liesel escrevendo o livro dela no porão, até minha mãe disse que eu parecia uma criança, hahaha! Mas quem não se sente assim, escrevendo para o seu autor favorito no mundo?? 
  Quando terminei de escrever isso fiquei de coração partido, mas tão feliz que parecia que eu tava em outro planeta. É de chorar, coitado do Rudy... *lágrimas nos olhos*
  Bom, espero que gostem. 
                   

que tal um beijo, Saumensch? 

Alles ist Scheisse 
sem você 
Saukerl
Jesse Owens
como você dizia
Alles ist Scheisse
você só me pedia um beijo
e eu me prometi
nunca
enquanto vivêssemos
eu beijaria você
depois que corremos
na lama
e aí você gostou
de me pedir isso
você gostava tant
o

que entrou no rio
e anunciou 
O Assobiador!
você precisava de uma vitória
lá no rio Amper
mas você o pegou para mim 
porque o livro
era da sua Saumensch
a Saumensch à qual você pedia
que tal um beijo? 

assim como você fez
quando estava com tanto frio
na água dezembrina
um menino 
dos cabelos cor de limão
entrou no rio Amper
que tal um beijo, Saumensch? 
disse
acho que foi aí 
que eu me apaixonei por você
Jesse Owens
o doido do Rudy
todo sujo de carvão 
correndo pelo campo 
meu Jesse Owens 
que me deu um nome
roubadora de livros
na noite em que roubei
um livro
da biblioteca do prefeito
e eu ri tanto

porque foi ele
foi ele
que me chamou assim 
é
eu gostei 
de ouvir isso
lembra de quando eu caí
no futebol?
você veio perguntar
se eu estava bem
então meu pai disse
o namorado dela está aí
e eu disse não
ele não é meu namorado
mas depois
eu pensei numa ideia
eu passei a noite pensando nisso
antes de receber de presente 
A Sacudidora de Palavras
onde você estava estampado
com as medalhas 
as medalhas que provaram
que você era bom atleta
e naquele Natal
quando meu papai

e o seu 
estavam na guerra
você caiu
no meio da alfaiataria
e eu quis tanto beijar você
mas eu só disse
Frohe Weihnachten
feliz Natal
mas não foi um Natal feliz
você também me pediu 
para eu ler no abrigo
e eu li 
eu li 
até meu coração ficar tão 
cansado
e eu me lembro 
de quando eu falei
que tinha contado de você 
ao meu amigo do porão 
e quem era ele
por que eu tinha feito tudo aquilo

por que
eu tinha gritado para a multidão 
as palavras 
da Sacudidora de Palavras
por quem eu procurava
toda vez que a gente via
a caminhada 
por que eu tinha falado
com um homem 
que tinha os cabelos de gravetos
e olhos alagadiços 
e chorado 
e recebido as chicotadas
e você me segurou
me parou
para eu não ir de novo 
e eu não agradeci
nós ficamos ali
parados 
juntos
abraçados 
quando eu contei
você leu em voz alta
cabelos da cor de limões
embaixo do desenho
você tocou nas palavras
você me perguntou 
você falou de mim com ele? 

eu quis de verdade
que você me desse um beijo
mas eu só pude dizer
é claro que falei de você com ele
e aí eu percebi 
que você era 
o amor da minha vida
aí eu senti
a turbulência 
do meu amor por você
no fundo do meu coração
Saukerl
mas eu não sabia de nada
eu não sabia
e a morte disse 
que você deve ter ficado com medo
do meu beijo
porque você me amava tanto
a última vez que você pediu 
foi quando entrou no rio
você nunca mais me disse
que tal um beijo
e eu senti saudade disso
uma saudade tão grande no mundo
e eu não sabia
é tudo uma merda

sem você Saukerl
sem você 
meu Jesse Owens
que me escreveu 
a carta de amor mais bonita
e até levou uma surra por isso
a watschen de irmã Maria
cara Saumensch
assim você começou aquela carta
meu Jesse Owens
que tinha o coração imenso
que tinha sonhos maiores ainda
Jesse Owens
que vai sempre
ter os cabelos da cor de limões
acorde Rudy
acorde Saukerl
eu amo você Rudy
não sabe que eu amo você?
acorde 
e finalmente 
você o recebeu
seus lábios 
tinham gosto de poeira
mas eram tão doces
a morte disse que tinha certeza 
que se você visse isso
você rodopiaria no céu
de felicidade
ela disse que você gostaria tanto
de saber que você estava
em meio a uma cordilheira 
de escombros
no dia em que eu beijei você
que você amaria me ver
agachada a seu lado
e o meu beijo
até ela 
teve coração para dizer isso
até ela disse
esse menino me faz chorar
sempre
e teve quem dissesse
há uma menina na beira do rio Amper
ela está chorando 
e murmurando algo 
sobre um beijo
que tal um beijo
que tal um beijo
ah Rudy
Alles ist Scheisse 
sem você
menino dos cabelos cor de limões



                                                            Recife, 23 de Novembro de 2013.

Letícia Valle 

11/11/2013

quem roubou o céu


  Oi, pessoal! 

  Estou voltando dessa vez, com um trabalhinho meu que fiz hoje de madrugada. Eu não podia deixar de escrever, senão perdia. Já perdi tantos por não escrever na hora, que fico agoniada. Depois que perde é sempre aquela tentativa de escrever parecido, mas não sai lindo como na hora em que você pensou.
   De tanto falar do livro do meu coração, senti necessidade disso. Desde que li A Menina que Roubava Livros, às vezes eu faço um poema ou outro baseado nele. Acho que é mais do que uma obra de arte, agradeço pelo resto da vida porque o Markus Zusak o escreveu. Espero que gostem! ;*

ontem
quem roubou o céu
não foi o ladrão de céus
o lutador
que sonhava
estar derrotando o Führer
que disse
a morte vai sentir meu punho na cara
e ela sentiu
quem roubou
foi a Sacudidora de Palavras
por uma palavra
adorável
adorável
é você
Máxi Táxi
Máxi Táxi Cabelo de Pena
que escreveu
numa janela da Rua Himmel
as estrelas puseram fogo
em meus olhos
e você me fez sorrir
de orgulho
eu sorri
como meu pai diz
que meu sorriso é tão bonito
que eu não preciso de mais nada
e eu senti meu coração tão grande no peito
não foi você quem roubou o céu
Max
quem roubou
foi alguém
que roubou das chamas
O Dar de Ombros
havia um homenzinho muito estranho
mas havia também
uma Sacudidora de Palavras
que chorou no seu rosto
e a árvore
a árvore
a fera branca
Máxi Táxi
lembra, Max?
eu me lembro de tudo
você me contou
fui eu quem roubou
o céu
agora
fui eu
eu
que disse
havia uma menina
que tinha um amigo que vivia nas sombras
e ela lhe lembrava o ar entrando em seus pulmões
ela lhe lembrava o sol tocando sua pele
ele a lembrava
que ela ainda estava viva
foi ela quem disse
hoje o sol parece uma bola amarela
e tem uma nuvem espichada
feito uma corda, Max
a meteorologista
que fez você escrever
e você pintou um sol
descobriu luz
no escuro
eu andei com você na corda bamba
numa segunda-feira
para chegarmos até lá
eu contei
do meu Jesse Owens
dos cabelos cor de limão
eu também falei dele
e você o desenhou
com três medalhas no pescoço
eu perguntei
se era você
se foi do seu rosto
que veio a semente
da minha árvore
mas essa árvore
ninguém destruiu
você
Max
adorável
você que destrói
e cura meu coração
você que me faz chorar
e eu rio no choro
eu também disse
aquela nuvem
parecia uma fera branca
e veio por cima das montanhas
a nuvem
a nuvem
que meu pai acordeão falou
você devia dá-la ao Max
como se dá a alguém
um pedaço de céu?
depois que eu trouxe o boneco de neve
eu li para você
esse é novo Max
só para você
O Carregador de Sonhos
e quando você visse
os presentes que eu trouxe
você diria
que porcaria é essa?
não é só porcaria
foi isso que fez você acordar
é
quem roubou o céu
não foi você, ladrão de céus
foi a menina que roubava livros
mas os seus cabelos
serão sempre de penas
seus olhos
sempre alagadiços de desagonia
e você
nunca deixará de ser
aquele que roubou o céu
antes que eu o roubasse de novo
por você
você que sabe
vencer o medo
você que disse
que eu sou o melhor Vigiador
que você conhece
que eu sou a Sacudidora de Palavras.

Recife, 11 de Novembro de 2013.

Letícia Valle.

23/08/2013

Il Postino #6


 
Oi, minha gente,

  Hoje, eu tentei, JURO QUE TENTEI, gravar o video pra vocês, mas ficou difícil pra mim, tentei três vezes, ficou até bom, mas não o bastante. Vão as fotos mesmo, porque eu estou MUITO FELIZ de ter recebido esses livros lindos!! 
  Margarida, minha amiga-irmã do facebook, já tinha me mandado alguns há mais de um ano, mas eu não tinha a ideia ainda de fazer uma coluna de correio. Chegou a segunda ruma de livro, acordei quase de meio-dia com o carteiro tocando a campainha!! Que alegriaaaa *-*
  Tava tão preocupada de eles não chegarem, mas enfim, ESTÃO AQUI!! 
  Então, vocês sabem que o primeiro que eu pedi a ela foi um de Mia Couto, que eu tava doida pra ler algo dele. Já tinha lido uns trechos, e amei muito, coloquei até um dos poemas dele aqui no blog, tão bonito que não queria nem postar nada depois. 
  O que ela me mandou se chama Vozes Anoitecidas, e daqui a pouco, de curiosa, vou começar a ler. 
  Ela disse também que ia me enviar Memorial do Convento, de Saramago, mas não pôde porque setembro começam as aulas lá, então o livro esgota rapidinho, aí o enviado foi Intermitências da Morte. Os livros de Saramago e Couto são editados pela Companhia das Letras aqui no Brasil, e os que ela enviou foram todos da BIS LeYa.
  Eu já sabia que ia ganhar outro de Florbela Espanca, dessa vez os contos e diário no mesmo livro. Tenho o de Sonetos, que amo de verdade. Florbela bem merece o título de poetisa-musa portuguesa.
  Os outros, eu não sabia quais seriam, e estou realmente ansiosa para ler todos. Esse último é um caderno novo, que eu pedi a ela também, porque o meu já está quase acabando. Acho tão lindos os notebooks da book.it! Meu sonho era ir numa livraria de lá. 
  Vieram também alguns marcadores e um postal, adorei tudo! Thank you so much, miss!! =)




















23/05/2013

Pergunta-me (Mia Couto)


"Pergunta-me" 

Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda 
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue

Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos


Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser

se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente

Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer

- Mia Couto -
Do livro "Raiz de Orvalho e outros poemas"


            Da página do Facebook: Flores e Poesias



05/04/2013

Paul Celan (1920-1970)


Ficheiro:Celan passphoto 1938.jpg
Foto do passaporte de Paul Celan, 1938.

Fuga Fúnebre (1948)

Leite preto bebemos da aurora toda noite
meio-dia e bebemos e toda manhã toda noite.
bebemos bebemos.
cavamos no ar onde há lugar para a gente deitar-se numa cova.
há um homem na casa que brinca com cobras que escreve que
escreve no ocaso à Alemanha natal Margarete suas tranças
douradas que ele escreve e vai diante da casa e as estrelas fulguram chamar assobiando seus cães
chamar seus judeus assobiando mandando-os cavarem na terra
uma cova ele manda tocarmos agora uma dança
Leite preto da aurora bebemos você toda noite
bebemos você de manhã meio-dia e de tarde
bebemos bebemos
há um homem que brinca com cobras que escreve
que escreve no ocaso à Alemanha natal Margarete suas tranças douradas
Sulamita suas tranças cinzentas cavamos no ar onde há lugar para a gente deitar-se numa cova
Ele manda vocês aí escavarem mais fundo este solo e vocês lá cantando e tocando
tem um ferro em seu cinto que pega e que brande tem olhos azuis
vocês com as pás escavando mais fundo e vocês lá tocando essa dança
Leite preto da aurora bebemos você toda noite
bebemos você de manhã meio-dia e de tarde
bebemos bebemos
há um homem que está Margarete suas tranças douradas
Sulamita suas tranças com cinzas na casa e que a morte é um mentor da Alemanha
ele berra ao ferirem mais fundo os violinos vocês flutuarão como ar a fumaça
e vão ter com lugar para deitar-se com uma cova nas nuvens
Leite preto da aurora bebemos você toda noite
bebemos você meio-dia é que a morte é um mister da Alemanha
bebemos você toda noite e manhã nós bebemos bebemos
é que a morte é um mentor da Alemanha com olhos azuis
que acerta uma bala de chumbo em você sempre acerta na mosca
há um homem que está Margarete suas tranças douradas na casa
que solta cachorros na gente e que no ar nos concede uma cova
que brinca com cobras e sonha é que a morte é um mister da Alemanha
Margarete suas tranças douradas
Sulamita suas tranças em cinzas.

tradução de Nelson Ascher

in: Schoá - Sepultos nas Nuvens. Gérard Rabinovich. São Paulo: Perspectiva, 2004.

"Alors vous montez en fumée dans les airs. Alors vous avez une tombe au creux des nuages. On n'y est pas couché à l'étroit." Paul Celan