Postagens Recentes
Mostrando postagens com marcador Mia Couto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mia Couto. Mostrar todas as postagens
06/03/2013
Reflexões para o Dia Internacional da Mulher #4
REFLEXÕES PARA O DIA INTERNACIONAL DA MULHER 4
Chega-me ainda a voz de meu velho pai como se ele estivesse vivo. Era essa voz que fazia Deus existir. Que me ordenava que ficasse feia, desviçosa a vida inteira. Eu acreditava que nada era mais antigo que meu pai. Sempre ceguei em obediência, enxotando tentações que piripirilampejavam a minha meninice.
MIA COUTO
No conto "Saia almarrotada", do livro "O Fio das Missangas"
Photo by © Jacques Taberlet
Chega-me ainda a voz de meu velho pai como se ele estivesse vivo. Era essa voz que fazia Deus existir. Que me ordenava que ficasse feia, desviçosa a vida inteira. Eu acreditava que nada era mais antigo que meu pai. Sempre ceguei em obediência, enxotando tentações que piripirilampejavam a minha meninice.
MIA COUTO
No conto "Saia almarrotada", do livro "O Fio das Missangas"
Photo by © Jacques Taberlet
através da página Mia Couto, no Facebook:
Reflexões para o Dia Internacional da Mulher #3
REFLEXÕES PARA O DIA INTERNACIONAL DA MULHER 3
Apenas quando chorava me sobrevinham belezas. Só a lágrima me desnudava, só ela me enfeitava. Na lágrima flutuava a carícia desse homem que viria. Esse aprincesado me iria surpreender. E me iria amar em plena tristeza. Esse homem me daria, por fim, um nome. Para o meu apetite de nascer, tudo seria pouco, nesse momento.
MIA COUTO
No conto "Saia almarrotada", do livro "O Fio das Missangas"
Photo by © Nicholas Wiesnet
Apenas quando chorava me sobrevinham belezas. Só a lágrima me desnudava, só ela me enfeitava. Na lágrima flutuava a carícia desse homem que viria. Esse aprincesado me iria surpreender. E me iria amar em plena tristeza. Esse homem me daria, por fim, um nome. Para o meu apetite de nascer, tudo seria pouco, nesse momento.
MIA COUTO
No conto "Saia almarrotada", do livro "O Fio das Missangas"
Photo by © Nicholas Wiesnet
através da página Mia Couto, no Facebook:
Reflexões para o Dia Internacional da Mulher #2
REFLEXÕES PARA O DIA INTERNACIONAL DA MULHER 2
A mim, quando me deram a saia de rodar, eu me tranquei em casa. Mais que fechada, me apurei invisível, eternamente nocturna. Nasci para cozinha, pano e pranto. Ensinaram-me tanta vergonha em sentir prazer, que acabei sentindo prazer em ter vergonha.
MIA COUTO
No conto "Saia almarrotada", do livro "O Fio das Missangas"
Photo by © Eric Lafforgue
A mim, quando me deram a saia de rodar, eu me tranquei em casa. Mais que fechada, me apurei invisível, eternamente nocturna. Nasci para cozinha, pano e pranto. Ensinaram-me tanta vergonha em sentir prazer, que acabei sentindo prazer em ter vergonha.
MIA COUTO
No conto "Saia almarrotada", do livro "O Fio das Missangas"
Photo by © Eric Lafforgue
através da página Mia Couto, no Facebook:
Reflexões para o Dia Internacional da Mulher #1
REFLEXÕES PARA O DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Nós, mulheres, estamos sempre sob a sombra da lâmina:
impedidas de viver enquanto novas; acusadas de não morrer quando já velhas.
MIA COUTO
No livro "A Varanda do Frangipani"
Photo by © Pierangelo Gramignola
Nós, mulheres, estamos sempre sob a sombra da lâmina:
impedidas de viver enquanto novas; acusadas de não morrer quando já velhas.
MIA COUTO
No livro "A Varanda do Frangipani"
Photo by © Pierangelo Gramignola
através da página Mia Couto, no Facebook:
Assinar:
Postagens (Atom)